Fonte: Agência SP | 18/Nov/2024
O Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, faz uma readequação de 3 das 18 coleções científicas biológicas, geológicas e paleontológicas, reconhecidas internacionalmente pela diversidade e representatividade. Localizadas na capital, na unidade do Jardim Botânico, essas coleções, que incluem amostras de briófitas, algas e fungos, receberão melhores acomodações para garantir a conservação.
As amostras serão transferidas para um espaço maior, climatizado e protegido da luz. Cerca de 240 mil amostras representativas da biodiversidade brasileira e de mais de 100 países serão realocadas. Este acervo possui informações sobre todas as espécies do Brasil e é um importante testemunho histórico, com amostras coletadas há até 200 anos, e possui um valor monetário estimado em R$ 20 milhões.
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Algumas das amostras botânicas que podem ser encontradas, por exemplo, são da época do império. Cada uma delas traz detalhes sobre a espécie e uma fotografia das características da época, trazendo poeira, pequenos insetos, informações sobre a temperatura e regime de chuva. Outra curiosidade são alguns exemplares da tradicional Avenida Paulista, na capital, antes de a via ser construída. Uma delas se chama “pogonatun pensilvanicum”, um gênero de musgo que vivia no local antes da construção, em 1891.
As coleções servem como um banco de dados biológico valioso, oferecendo informações cruciais para avaliar os efeitos da atividade humana sobre o meio ambiente. Os organismos preservados nelas funcionam como indicadores da qualidade do ar e do solo nas épocas em que foram coletados, revelando mudanças ambientais ao longo do tempo. Além disso, as coleções são fundamentais para pesquisas em áreas como a mudança climática, a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento de práticas sustentáveis.
Denílson Peralta, pesquisador e Diretor do Núcleo de Coleções Biológicas, Geológicas e Paleontológicas do IPA, destaca a importância da mudança: “As coleções estavam dispersas e localizadas com salas de pesquisa. Agora, elas estarão em novas instalações no piso térreo, adequadas para suportar o peso dos armários e amostras, garantindo um ambiente seguro e eficiente para pesquisa e conservação”.
O projeto de readequação do espaço teve um investimento total de R$ 900 mil, custeados pela concessionária do Jardim Botânico, Reserva Paulista, conforme previsto em contrato. Além disso, a transposição dos acervos contou com um financiamento de R$ 70 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
“Essa readequação representa um compromisso com a ciência e a preservação do nosso patrimônio natural. As novas instalações permitirão que nossas coleções cumpram seu papel essencial na pesquisa e na educação, contribuindo para a conservação da biodiversidade e a conscientização ambiental”, acrescenta o diretor do IPA, Marco Aurélio Nalon.
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As outras 15 coleções continuarão onde estão, distribuídas nas unidades do Horto Florestal e Jd. Botânico. Até setembro deste ano o IPA teve mais 1 bilhão de acessos na plataforma https://specieslink.net/, reconhecida internacionalmente para consultas abertas ao público em geral. Somadas, todas as coleções têm mais de 630 mil amostras coletadas.
O Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) se dedica a pesquisas científicas nas áreas de biodiversidade, botânica, geociências e ciências florestais. O instituto desempenha um papel crucial na produção de conhecimento científico e na formação de políticas públicas que visam a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.
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